Jerez, um vinho muito particular do sul da Espanha cultivado sobre o sistema de criaderas e soleras, desenvolve flor ou não, passa por envelhecimento biológico e oxidativo, e classifica-se como fino, manzanilla, amontillado, palo cortado, olososo e Pedro Ximenez, basicamente.

 

Para Sherry Week, semana celebrada internacionalmente, Ana Borges selecionou cinco vinhos em uma aula-degustação cheia de conhecimentos sobre o Jerez.

As três uvas da região são: Moscatel de Alexandria, em menor proporção, Pedro Ximenez (último vinho da aula) e Palomino, a mais utilizada (varietal dos outros quatro vinhos que degustamos).

Do produtor Bodegas Hidalgo La Gitana, provamos o La Gitana Manzanilla (R$252) e o Amontillado Napoleón (R$ 384), importados pela Mistral.

O Manzanilla envelhece sob flor de leveduras em Sanlúcar de Barrameda por, no mínimo, 3 anos e apresenta notas salinas além de aromas de amêndoas, maçã madura, azeitona e camomila. Perfeita harmonização com azeitona, e foi o que fizemos. É o meu estilo preferido.

Já o Amontillado passa por envelhecimento oxidativo por 10 anos, após o envelhecimento sob flor em solera do século 18. A cor já indica o início da oxidação e começam a aparecer aromas de frutas secas como ameixa e tâmaras, além de castanhas e caramelo.

A importadora Belle Cave traz três estilos do produtor Sanchez Romate Hermanos, o Fino Perdido en Rama (R$220), o Oloroso (R$156) e o Duquesa Pedro Ximenez (R$331)

O fino passa por envelhecimento sob flor prolongado, superior a 8 anos, e é engarrafado com o mínimo de estabilização e sem filtração, quase um natureba.

O Oloroso vai além e é envelhecido oxidativamente em sistema de soleras por um mínimo de 18 anos. Sentimos aqui coquinho, caramelo, frutas secas de panetone, que inclusive dá uma boa harmonização. Vai bem também com rabada e carne de panela. É incrivelmente seco na boca apesar do aroma doce.

Pedro Ximenez é um estilo e nome da uva, que é colhida tardiamente, secas ao sol. Passa por fermentação muito lenta e longa, interrompida com adição de álcool vínico e posterior envelhecimento em sistema de solera por um mínimo de 8 anos. A cor de petróleo é incrível, e pensar que é feito de uva branca. Sabores de rapadura, melado de cana e uva passa, aquela da caixinha vermelha, impossível não lembrar. Chega a ser viscoso e sua textura caldosa me fez derramá-lo em cima do sorvete. Ficou ótimo!

Provamos uns queijinhos sensacionais também durante a degustação

Sempre uma honra aprender com você, Ana!

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