Encerramento de uma década e abertura de outros caminhos de uma das chefs mais reconhecida da Região dos Lagos.

Ao completar dez anos de Donna Jô, a chef Joana Gallo se despede do Porto da Barra para seguir uma nova trajetória em sua carreira e levará a marca para outros horizontes. Formada em gastronomia e nutrição, deu aulas no Senac do Rio de Janeiro e ministra workshops de culinária. Inaugurado como filial do italiano Quadrucci em 2008, o restaurante com vista para o por do sol na Praia de Manguinhos ganhou o nome Donna Jô em 2013 e seguiu com proposta de fusão da gastronomia regional brasileira com a italiana.

Como membro da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, foram nove pratos criados, dentre eles o taglioline de ora-pro-nóbis com frutos do mar, linguiça mineira e barriga de porco, desenvolvido em conjunto com o chef Flávio Trombino do Xapuri, restaurante ícone de Belo Horizonte. De família também mineira, a chef carioca cresceu na cozinha de um hotel em Caxambu, local onde começou sua paixão e forte conexão com o universo gastronômico.

Ao rever a coleção na parede me lembrei da edição de 2016, a primeira participação do Donna Jô, que estreou com o ravióli negro de lagosta e eu fiz questão de incluir no meu acervo.

O último prato desenvolvido foi uma homenagem ao cacto encontrado em abundância no litoral buziano com propriedades hidratantes e proteicas, cujas folhas, brotos e flores podem ser utilizados gastronomicamente. “A palma foi um regaste que eu fiz em Búzios, já que sou pesquisadora de PANCS e do lado da minha casa tem uma grande plantação. É bem comum de se encontrar em qualquer canteiro por aqui. Comecei a fazer um laboratório em casa e testei várias receitas usando a palma forrageira. Para colorir a massa do ravióli usei a flor da palma, que tem uma linda tonalidade rosa e com a raquete, que é a folha da palma, fiz um pesto e o sabor se parece com aspargos”, conta a chef animada com suas descobertas. O recheio de batata e parmesão ficou bem suave para que a palma pudesse se mostrar, acompanhada de camarões ao gengibre, bisque e creme de leite fresco (R$135). Como de praxe, quem pede o prato leva uma cerâmica pintada à mão, com um design personalizado alusivo a receita. Garanti a minha!

Deixarão saudades receitas consagradas como o Bobó na Lata servido em três panelinhas de cerâmica com camarões em duo de purês, aipim e baroa, arroz basmati e farofa de taioba com panko

e também o dourado grelhado com de risoto de paella que mescla camarão, lula e linguiça artesanal, ambos R$98.

Dia 30 de julho é a última chance para curtir o happy hour com o ceviche de salmão com caju (R$26),

os cogumelos paris recheados com seu ragú, gratinados com grana padano (R$23) e os mini crostinis de cogumelos com alho-poró, tomate com manjericão e queijo de cabra com cebolas caramelizadas (R$20).

 

Vista para o mar e coquetéis refrescantes. Adorei o  Mandarine Guará e o toque de amargor do Campari misturado ao gin, limao siciliano, tangerina e água tônica. O clássico Basil Smash é bem refrencante, com gin, folhas de manjericão, xarope simples, suco de limão tahity e angostura.

Sucesso em seus novos projetos, Joana!

Donna Jô na minha coluna de gastronomia do Cidade Conecta

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Donna Jô

Av. José Bento Ribeiro Dantas, 2.900, Loja 14, Porto da Barra, Búzios, RJ, Brasil

www.donnajo.com.br