Uruguai Wine em BH

setembro 2022
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A Uruguai Wine trouxe para BH cerca de 20 produtores em uma grande degustação.

Conhecido como o país da Tannat, o Uruguai também produz em menores proporções outras variedades tintas como Merlot (11%), Cabernet Sauvignon (7%), Cabernet Franc (4%), sendo que o percentual de 27% representa a emblemática Tannat. Dentre as brancas a Sauvignon Blanc (32%) e Chardonnay (20%) se destacam com produção também de Viognier (8%) e Albariño (5%).

A maioria das vinícolas uruguaias são empresas familiares de pequeno porte que são passadas de gerações para gerações.

Fabiana Bracco é a quinta geração da família da vinícola Bracco Bosca, produtora de um excelente Cabernet Franc e um Moscatel que já havia provado e me encantado. Foi um grande prazer conhecer pessoalmente essa grande mulher do vinho uruguaio e saber que ela vai lançar vinhos naturais de Merlot em breve, com rótulos desenhados por sua filha.

Eliana Comesaña Dardanelli, quarta geração da vinícola Família Dardanelli revelou sobre sua aposta. “Estamos nos especializando no que chamamos de Experiência Marselan, uma variedade de uva que começou a ser plantada há pouco mais de 10 anos em nosso país, e então estamos começando a descobrir com se comporta em nosso terroir. Com o vinho Entusiastas Terracota da safra de 2020, que foi histórica em nosso país, queremos mostrar que somos mais que Tannat, temos outras uvas e resolvermos trilhar esse caminho com a Marselan.”

Ana Paula Oliveira, embaixadora da Bodega Garzón alerta que “Nem só de Tannat vive o Uruguai e é por isso que hoje estamos apresentando um vinho Albariño, da uva típica da península ibérica, que o brasileiro conhece muito bem através dos Vinhos Verdes com o nome Alvarinho. No nariz percebe-se fruta de caroço e aroma floral que lembra Jasmim. A Garzón planta hoje 40 hectares de Albariño, sendo o maior produtor da América Latina. A linha Single Vineyard é composta de vinhos fermentados em tulipas de concreto e amadurece por 8 meses em contato com as lias. A Garzón está localizada a 8km do Oceano Atlântico, então temos boa influência marítima além de sol, calor e solo granítico com boa drenagem, que transfere ao vinho muita mineralidade e frescor.”

Viticultura de intervenção mínima em equilíbrio com o meio ambiente, a Cerro Chapeu nasceu da tradição de uma família dedica ao vinho há mais de dez gerações, iniciada na Catalunha por Francisco Carrau Vehils em 1752 e no Uruguai desde 1930. A linha Castel Pujol Folklore é um dos últimos lançamentos e me encantei pelo Pet Nat 80% Trebbiano 20% Malvasía.

A Antigua Bodega Uruguay é gerida pela sexta geração da família, por Vírginia Stagnari e seus filhos Carlos e Mariana, que é enóloga, o que garante sempre vinhos com uma personalidade muito singular. Não sei se a presença feminina nos rótulos me influenciou mas senti nos vinhos um dulçor presente e marcante.

A vinícola Establecimiento Juanicó foi adquirida pela Família Deicas em 1979, pelas mãos de Juan Carlos Deicas, que iniciou uma nova visão, até então insuspeitada, juntamente com a incorporação de novas tecnologias e investimento industrial sustentado. Hoje é um dos produtores mais renomados e pioneiros do Uruguai, combinando uma longa história com uma abordagem inovadora em relação ao vinho moderno.