“Método Ancestral. Vinificado e engarrafado sem aditivos e sem filtragem. Nada além de uvas fermentadas espontaneamente e leveduras selvagens.” Isso é poesia escrita no contra-rótulo do pet-nat da Vivente Vinhos Vivos para quem se importa com os conceitos de sustentabilidade, meio ambiente equilibrado e principalmente saúde. Os vinhos naturais chegaram com tudo e trazem muito além do que o líquido puro da garrafa. Não é “só” porque não leva NENHUM aditivo sintético, os vinhos naturais despertam o sentido do alimento vivo e a expressão máxima do terroir, sem correções, sem interferências, respeito absoluto à Mãe Natureza.

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Esse blend de 70% Glera, 25%Chardonnay, 5% Moscato de Alexandria é composto de uvas colhidas manualmente no vinhedos Nestor Bertoncello (Serra Gaucha), Portal dos Carvalhos (Campos de Cima da Serra) e De Lucca (Serra do Sudeste). Na boca a agradável criticidade preenche o palato e te faz salivar em busca do próximo gole. Me lembrou demais kombucha, pelos aromas de frutas cítricas e notas de fermentação.

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A Vivente iniciou o cultivo orgânico em 2018 em Colinas (RS) e seus rótulos já são distribuídos para 10 estados brasileiros, passando pela carta dos restaurantes mais renomados do Brasil como DOM e Evvai em São Paulo, Lasai no Rio de Janeiro, Manu em Curitiba e Alma Chef em Belo Horizonte. Além dessa maravilha de espumante natural produz tintos das uvas Pinot Noir e Barbera, um branco macerado de Moscato de Alexandria e Chardonnay, outro pet-nat de Cabernet Franc e Merlot além de sidra. Presentasso do meu sommelier preferido.

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O primeiro espumante orgânico do Brasil é da Famiglia Boroto, produzido pelo vinhateiro Acir Boroto, instalado em Garibaldi desde 1986. Ele é um dos fundadores da Cooperativa de Produtores Ecologistas de Garibaldi (Coopeg) e seus vinhos ostentam três selos de certificação: o Orgânico Brasil, de Produto da Agricultura Familiar e Produto Agroecológico. Além de orgânicos, seus vinhos são naturais e não levam absolutamente nenhum aditivo, nem mesmo anidrido sulfuroso. O Boroto Isabel Nature é uma ousadia do Acir em vinificar com uva vitis lambrusca, aquela que a gente compra no sacolão, já que o mercado convencionou que vinhos vinos só podem ser feitos a partir de uvas vitis viníferas. No nariz, lembra um vinho de garrafão, e entender o que representa esse espumante requer mente aberta e um pouco de romantismo. Ainda não provamos outros rótulos como o Boroto Brut, Boroto Sobras, Boroto O Iluminado e Boroto Cabernet Sauvignon, feitos a partir de vitis viníferas.

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O Iluminado, bled de Lorena e Moscato, me chamou atenção e anseio em prova-lo, já que estava guardado em um tanque aberto desde 2016 e estava prestes a ser descartado. O Acir Boroto resolveu prova-lo e teve a grata surpresa de se deparar com aromas de frutas e flores ainda frescas e uma ótima acidez. Vivendo, experimentando e aprendendo! Mais um presente do meu sommelier predileto!