Nem branco, nem tinto o vinho rosé é essencialmente … rosé. O jantar ON LINE do Renato Quintino foi em torno do tema “Rosé é a cor mais quente” , e um passeio pela nuances do vinho rosado pelo mundo. Argentina, Itália, Portugal, França e Chile, seguimos essa sequência na descoberta de aromas e muito conhecimento trocado durante a aula.

 

Junto com os comes e bebes da noite, duas máscaras da grife Graça Ottoni.

Por volta do meio dia, chega o pacote com o mise en place da aula e eu opto por organizar nas minhas louças, embora as embalagens possam ser levadas no microondas. Gosto muito de uma mesa arrumada. Há quem prefira comer nas próprias vasilhas de plástico, sem problema algum e com certeza dá menos trabalho.

 

Pratinhos na geladeira, aguardando ansiosamente a chamada pelo Zoom.

Os vinhos vieram em garrafinhas que equivalem a uma degustação de 187ml, numeradas para serem abertas no decorrer do jantar.

Aos poucos os participantes vão se conectando. Quem não quiser aparecer pode somente ouvir as explicações do Renato e nem precisa interagir ou aparecer em vídeo. Mas a maioria das pessoas trocam experiências nessa nova modalidade de encontro que veio para ficar, dada à restrição do convívio social.

Começamos o primeiro rose com um ceviche de polvo, limão capeta, batata doce, broto de coentro e pimenta dedo de moça. Da região de Mendoza, na Argentina, o rose Finca El Origem Malbec, apesar de ser do novo mundo, tem características francesas, cor suave, um leve toque mineral e refrescante para harmonizar com o ceviche, cheio de notas cítricas.

 

Versão italiana do fondue, a fonduta de camarão foi o meu prato preferido da noite, envolvido num excelente creme de catupiry com purê de moranga, molho de tomate confitado e azeite de pimenta biquinho. Com o rose siciliano Feudo Arancio Tinchitè Rosato já deu para sentir que a degustação vai crescendo em termos de estrutura do vinho e do prato que acompanha. Senti lichia, aromas florais e até uma certa picância no final de boca, boa estrutura.

 

O segundo vinho poderia casar também com o terceiro prato, e o interessante da harmonização é essa descoberta. Por isso sempre deixo na taça um pouco do vinho anterior para provar com o prato seguinte. O terceiro prato, arroz de siri, harmoniza também com o português Fado Rosé com as uvas autóctones touriga nacional e aragonês. Senti muito abacaxi maduro tanto no nariz quanto na boca, talvez porque estou com essa memória olfativa fresca na memória por ter comido essa fruta ontem. Esse arroz malandro de siri tem cara daquelas paneladas de domingo, cheio de cores, como é a cozinha brasileira. Foi feito com pimentões vermelho e amarelo, feijão fradinho, cebolas branca e roxa, cebolinha, coentro e azeite de dendê, um show de aromas.

 

Chegou a hora do desafio: harmonizar carne vermelha com vinho rose. Para isso, o rose precisa de ter mais estrutura como o Caze Blanque Rosé Syrah, e nele podemos até sentir aromas de vinho tinto. A região de Languedoc-Roussillon fica no sul da França e vinifica em uma grande variedade de uvas como  Grenache, Mourvèdre, Syrah, Merlot, Cinsault, Carignan e Cabernet Sauvignon. Renato Quintino apostou no rosbife com salada de mandioca para o dois últimos roses e acertou. O vinho chileno Reserva Casanova Antaño Rosé Cabernet Sauvignon também foi indicado para esse prato, mas confesso que o francês me agradou muito mais.

 

Como todo o menu foi leve nessa noite de roses, a sobremesa só poderia ser algo com fruta, para seguir a mesma linha. A pera caramelada com croumble de amêndoas e castanhas do cajú fechou a noite com chave de ouro!

O brinde virtual e a certeza de que continuamos firmes nessa quarentena, estreitando os laços que essa pandemia não é capaz de romper.

 

Tudo tem um lado positivo e a segurança de estar em casa tem o seu valor. Divertimento garantido!

Renato, muito obrigada por essas quintas-feiras criativas de ricas de conhecimento! Os preços variam entre R$190 a R$280 e as inscrições podem ser feitas por telefone/WhatsApp (31)98876-1331 ou via Instagram @renatoquintinogastronomia.

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Mais Renato Quintino no Degustatividade:

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