Fiquei maravilhada pela experiência de jantar de olhos vendados e cá estou eu novamente para mais uma edição do Nu Escuro com Renato Quintino no Amadoria.

O mais incrível é que a brincadeira não perde a graça e dá vontade de repetir mais e mais vezes. Tanto pelos pratos como pelos vinhos, um universo enorme de “adivinhações”.

Como da outra vez, o primeiro prato foi líquido, a “Zuppa Putanesca”, sopa fria de tomate, vinho branco, aliche, alcaparras, azeitonas pretas e broto de basilisco verde. Não sei de onde tirei que tinha palmito, mas deve ser pelo sabor de conserva que também tem na alcaparra e na azeitona. Chutaram gengibre, que não tinha e alho, nesse caso acertaram porém estava laminado e assado e somente meia fatia fina em cada um. Poderia ser considerado um “gaspacho à putanesca”, segundo Renato, e ele complementa que em uma experiência como essa não tem graça fazer receitas clássicas. Harmonizou com o espumante Courmayer Brut, de Garibaldi na Serra Gaúcha.

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Senti o toque de wasabi no segundo prato, que era um arancine, mas não identifiquei que era de salmão defumado, como minha colega de mesa. É um bolinho típico da Itália, feito com risoto e na receita levou mascarpone e dill. Para acompanhar, um vinho italiano casou bem, o Castel Pietra Pinot Grigio, com boa acidez e frescor.

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O terceiro prato foram dois “Flammkuchens”, espécie de pizza comum na Alemanha e na Holanda, que foi feita com massa de pastel, praticamente idêntica à original. Pelo formato foi fácil de acertar e também descobri o aliche em uma e o toque trufado na outra além do cogumelo que amo e pude perceber na primeira bocada. Os sabores da “pizza da Alsácia” foram: Mediterrâneo com base em molho de tomate, queijo amarelo e aliche e o segundo com cogumelos portobello, queijo amarelo, manteiga de trufas e broto de mostarda. Harmonizaram com o Torreon de Paredes Pinot Noir Reserva, tinto chileno de médio corpo com aromas de frutas vermelhas.

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Normalmente o quarto tempo em um menu degustação é uma carne e o Renato confundiu meu cérebro ao trazer a “Meatball Sueca”. Achei que fosse uma carne com potência de sabor mas era um filé mignon mesmo, muito bem temperado por sinal com mostarda Dijon e Worcestershire Sauce (molho inglês) num creme de leite grosso para formar o molho branco que contrasta com a acidez da geleia de framboesa em cima. A base do molho tem cebola, isso eu acertei, rsrs. O azedinho da framboesa é excelente para contrapor com a polpeta de filé. Provamos com o Torreon de Paredes Cabernet Sauvignon Reserva, e nessa altura do campeonato se eu já não estava sabendo discernir os pratos, quem dirá os vinhos. Precisamos de treino, muito treino!

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A sobremesa foi o “Pain Perdu” (pão de ontem, rabanada) com maçãs caramelizadas, amêndoas, calda de cravo e laranja. Fiquei orgulhosa em acertar a maçã, tanto eu como minhas colegas de mesa. O cravo também tem um aroma inconfundível e fácil de perceber. Foi harmonizada com o Aurora Colheita Tardia, um vinho brasileiro feito com uvas malvasia e moscato.

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Que baita experiência! Sou muito fã do Renato Quintino por toda a sua criatividade, talento e simpatia!

Nu escuro

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Muito obrigada pela oportunidade de participar mais uma vez dessa experiência fantástica!

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Na primeira vez que fui, fotógrafos registaram a façanha:

http://degustatividade.com.br/2019/10/nu-escuro-renato-quintino/

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Nu Escuro na minha coluna de gastronomia do Jornal da Cidade BH:

http://degustatividade.com.br//wp-content/uploads/2015/07/182_Nu-Escuro-Renato-Quintino.pdf

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Renato Quintino

www.renatoquintino.com.br

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Amadoria

Rua Mucuri, 325 – Floresta

www.amadoria.com.br