Caio Soter abre temporada com frutos do mar, mas é por pouco tempo
Pela primeira vez, camarão, polvo e peixes marítimos entram nos preparos do restaurante essencialmente mineiro idealizado pelo chef Caio Soter. Mas é claro que serão muito bem acompanhados de ingredientes típicos de Minas Gerais como quiabo, milho, angu e pequi. “O Pacato já está bem solidificado com o conceito de quintal, então resolvemos homenagear não só a comida mineira e Minas Gerais, mas também o mineiro, que ama uma praia e sempre viaja no fim do ao para ver o mar. O menu mudará toda semana de acordo com o que estivermos de mais fresco no mercado de BH.”
Inauguramos a noite com esse refrescante coquetel a base de martini extra dry, limão siciliano e manjericão.
O Xerelete foi a estrela da semana, um peixe carnudo, com pouca espinha, encontrado em todo litoral brasileiro. Quando grelhado apenas de um lado, na técnica que se chama unilateral, deixa a pele crocante e mantem a carne do peixe em um cozimento mais delicado, resultado em uma consistência bem macia. Na entrada o Xerelete é banhado por leche de tigre de cajuí, o cajuzinho do Cerrado, castanha de pequi, laranja tostada e gotas de óleo de cebola com gengibre (R$72,80).
Em uma versão de mar e terra o Xerelete foi mesclado com polvo, barriga de porco e castanha de baru, em um caldoso arroz saborosíssimo (R$ 146,80).
É também grelhado inteiro para ser servido como opção de compartilhar durante o almoço de fim de semana.
Bem comum na costa do sudeste do Brasil, o Namorado é mais um peixe trabalhado com maestria no Pacato. Com ele foi feito um ceviche ao leche de tigre de coquinho azedo, picles de pimenta de cheiro e de maxixe (R$89,60) ao lado de uma telha de angu.
Estava bem suculento o filé de Namorado na brasa, guarnecido de risoto de milho verde com açafrão, molho de espumante e migas de broa (R$145,70).
Além dos peixes, há camarões no recheio do pastelzinho com aioli de urucum (R$62,80)
e polvo em vinagrete com tomate uva, creme de abóbora e coalhada (R$ 94,75)
ou com seus tentáculos inteiros acompanhado de maionese de tubérculos e quiabo na brasa, coalhada da casa e páprica (R$165,00).
Em quaisquer dos pratos é possível adicionar 5g de caviar da Polanco a R$140 ou 10g por R$ 250. O Caviar San Gregorio de Polanco Siberian Reserve é proveniente de uma fazenda do Uruguai que cultiva o esturjão nativo, migrado da Sibéria. “É um caviar diferente, já que o peixe não está no mar, porém a água em que vive é bastante salina, por estar próximo à foz do Rio Negro,” destaca o chef Caio Soter. Realmente, ficou um espetáculo com a torrada de atum com castanha de pequi, minha bocada preferida da noite.
O vinho espanhol Vizar Verdejo Ecológico (R$359,37) é de produção biológica certificada pela Bodega Vizar, vinícola que adota praticas de sustentabilidade na região Castilla y León. Ótima harmonização com frutos do mar.
Durante o mês de janeiro o menu “Ponta de Areia” está disponível exclusivamente às sextas, sábados e domingos – neste dia de forma compartilhada.
Não deixe de provar as sobremesas, essas já fazem parte do menu a la carte corriqueiro.
Leve e refrescante, o Morango de Datas/MG (R$41,60) vem com merengue de maracujá do mato e mini suspiros de ervas de quintal.
A floresta negra de jabuticaba (R$46,60) é um bolo de chocolate com creme, calda e “caviar” de jabuticaba.
Outra opção é a rabanada de rosca com sorvete de leite e calda de doce de leite fermentado (R$45,80)
Com as jornalistas gastronômicas mais importantes de BH, Carolina Daher, Lorena Martins e Celina Aquino.
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Ponta de Areia no Pacaro na minha coluna de gastronomia do Cidade Conecta
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Mais Degustatividade no Pacato.
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Pacato
Rua Rio de Janeiro, 2735, Lourdes, Belo Horizonte, MG, Brasil