Em pouco mais de um ano de funcionamento, o restaurante paulistano Nomo entrou no cobiçado Guia Michelin, na categoria Bib Gourmand 2024, que sinaliza cozinha de boa qualidade a um bom preço.

Com muito orgulho, a jovem restaurateur mineira Patrícia Werneck coordena o salão além de ser responsável pela curadoria de vinhos, focada em rótulos naturais e de baixa intervenção.

À frente da cozinha está o chef Nando Carneiro, há 18 anos no ramo e dedicado aos ingredientes frescos aliado a técnicas apuradas. Traços mineiros são perceptíveis no menu e já me encantei ao ler quiabo, chuchu, milho, pão de queijo sendo trabalhados com toques contemporâneos.

A ideia é pedir vários pratos para serem compartilhados. São apenas 28 lugares, de frente para a cozinha aberta.

Vem de Minas Gerais o queijo para compor o delicioso pão de queijo do couvert, servido com sourdough e manteiga noisette (R$30).

Na sequência provamos picantes quiabos na brasa com coalhada de ovelha (R$48) e o fresquíssimo peixe Namorado curado na gordura de cupim, sutilmente selado, servido com um delicioso ponzu de limão kaffir e agrião (R$110).

Harmonizam muito bem com o saque futsushu Miyako Homare Dry, que chega refrigerado desde o Japão.

“Além dos naturais, temos também vinhos clássicos na carta, como o Riesling, que é ideal para acompanhar o curry verde de chuchu, um dos meus pratos preferidos”, destaca a sommelière Patrícia. A picância do prato é equilibrada pelo dulçor das uvas verdes tostadas, além da deliciosa sensação de encontrar crocantes cubos de chuchus (R$65).

Realmente vale a pena provar com uma taça do alemão Koehler-Ruprecht Kallstadter Riesling Kabinett Trocken 2021 (R$60), da região de Pfalz, vinificado com leveduras naturais, seguido por um período de contato com as borras.

Vai bem também com as manjubinhas frescas, cuidadosamente filetadas e regadas ao azeite de salsão e kombu acompanhadas de purê de wasabi (R$65).

Defumado por 5 horas, o cupim casqueirado na brasa estava macio e suculento, servido com seu jus e uma cremosa mousseline de batatas (R$130). Perfeito com o Vertebrado Cabernet Franc 2020 da Viña Los Chocos, proveniente do solo calcáreo branco, um piso de giz de muita pedra das altitudes de Gualtallary.

Finalize com a elegante sobremesa creme de pudim com banana e nibs entre finíssimas camadas de filo (R$39).

Recentemente Patrícia trouxe na mala vinhos peruanos da Bodega Murga feitos com uvas usadas para fazer pisco – o famoso destilado do Peru. As limitadas garrafas são servidas em taças de R$75 ou R$400 a garrafa.

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Nomo na minha coluna de gastronomia do Cidade Conecta.

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Nomo

Rua Harmonia, 815, Sumarezinho, São Paulo, SP, Brasil

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