Fico bastante ansiosa para cada janta-aula on line do Renato Quintino, que acontece toda quintas-feira sempre com um tema diferente, cinco pratos harmonizados e muito conhecimento por traz. No dia 28/05 o Renato preparou um menu mediterrâneo e tivemos a ilustre presença da azeitóloga Ana Beloto, que nos esclareceu muito sobre o mundo dos azeites.

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Separei até meu copinho de cata profissional, presente da Ana no dia em que fizemos uma degustação sensorial aqui em casa. O copo tem cor escura para que os catadores profissionais não sejam influenciados ao ver a tonalidade do azeite, o que daria a dica se o azeite é do início ou final da colheita. A cor não influencia na qualidade do azeite. O formato ajusta-se bem à mão e permite uma leve aquecida para que os aromas sejam liberados e apreciados.

 

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A Ana Beloto selecionou três amostras de azeites brasileiros. O Borriello é feito da variedade Grapolo 541, cultivada em Andradas, extinta na Toscana e passou a ser a azeitona emblemática do Sul de Minas. Sua picância e amargor remetem aos azeites italianos e se assemelha à Frantoio, em que há bastante frescor tanto no nariz quanto no paladar. Eu logo senti um aroma de talo de couve, além de um pouco de maçã verde e tomate.

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O segundo azeite, Ouro de Sant’Ana Novello (Rio Grande do Sul), foi feito de azeitonas do início da colheita, engarrafado e entregue logo após o processo de elaboração. Uma produção limitada sob encomenda antecipada. Não é filtrado e dá para ver a diferença de limpidez em relação ao terceiro. O Irarema Intenso é fabricado a partir de olivais situados na divisa entre Poços de Caldas (MG) e São Sebatião da Gama (SP). Sua marcante adstringência foi responsável pela conquista do prêmio de melhor blend 2018/2019 no Concurso Mundial de Azeite em Nova York.

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Entrei no clima do tema e escolhi um guardanapo de estampas de azeitonas verdes e pretas para dobrar em forma da cata-vento. Uma curiosidade é que azeitona verde e preta não são espécies diferente e sim a mesma azeitona colhida em diferentes temos de amadurecimento.

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Iniciamos o menu mediterrâneo com o gaspacho, uma sopa de tomate com amêndoas, e Harissa, que é um tempero típico do norte da Africa, mistura de pimentas com alho e canela, fazendo-se uma pasta em azeite. Espumante Adolfo Lona Brut Rosé vai bem em qualquer ocasião e prato!

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Salada de polvo à lagareiro, uma receita portuguesa que harmonizou com vinho branco espanhol Soldepeñas Airén Chardonnay. Aqui usamos o primeiro azeite para finalizar o prato.

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Tajine de arroz amarelo, com pimentão e tomate amarelos, passas, damascos, ingredientes nessa mesma tonalidade, e frango ao Has Al Hanout, tempero também da região do Mediterrâneo, principalmente do norte da África e Oriente Médio. Has Al Hanout significa “o máximo da minha cozinha”, composto de até 100 especiarias como cominho, gengibre, açafrão, canela, pimenta branca, pimenta preta, pimenta-de-cayenne, pimenta-da-jamaica hallo e cravinho. O primeiro azeite nessa receita ressalta o aroma do pimentão, já o segundo potencializa as especiarias.

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O momento carne vermelha do menu foi um polpettone ao bechamel de porcini e manteiga de trufa branca harmonizado com o tinto português Sadino Regional Península De Setúbal. Regamos com o azeite Novello como sugestão inicial e fizemos o exercício de combinar cada azeite com cada prato ao longo do jantar.

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Teve azeite até na sobremesa, um delicioso bolo de azeite e ainda um lindíssimo bombom de azeite mineiro e marzipã de café.

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A felicidade estampada no rosto de quem passou uma noite devidamente azeitada! Azeite-se!

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Sempre uma grande honra em participar, Renato!

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Os preços variam entre R$190 a R$280 e as inscrições podem ser feitas por telefone/WhatsApp (31)98876-1331 ou via Instagram @renatoquintinogastronomia.

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Mais Renato Quintino no Degustatividade:

http://degustatividade.com.br/?s=Renato+Quintino