Brazil com Z, a sétima aula do curso semestral do Renato Quintino homenageou a cozinha brasileira e a enorme variedade de produtos “made in Brazil” que são exportados para o mundo inteiro.
Em Belo Horizonte temos whisky e gin de qualidade, sem falar na cachaça que sempre foi uma especialidade mineira, além do café e queijo, produtos que cada vem mais estão ganhando premiações e reconhecimento internacional.
Que me perdoem os franceses, mas a Madeleine, bolinho em forma de concha originário da comunidade de Commercy, na região de Lorraine, no nordeste da França ganhou uma versão infinitamente melhor com o fubá. Ao molhar no chá de capim cidreira foi como o escritor Marcel Proust descreveu: “Mas no mesmo instante em que esse gole, misturado com os farelos do biscoito, tocou meu paladar, estremeci, atento ao que se passava de extraordinário em mim. Invadira-me um prazer delicioso, isolado, sem a noção de sua causa”, no famoso romance À la recherche du temps perdu. Descrição essa que se encaixou em todos os demais pratos da aula, essa estava caprichada!
O fubá tomou lugar também no Taco Mineiro, e mais uma vez foi sucesso, recheado com carne de lata, linguiça e picles de pepino.
Verde e amarelo é a cor do Brasil, lindamente representado no prato Aquarela do Brasil, pelo purê de taioba e pelos molhos de pimentão amarelo e de moqueca com frutos do mar, polvo, lula e camarão. Um show de cores, aromas e sabores.
Tipicamente do norte do nosso país, o tucupi, néctar dos Deuses extraído da raiz da mandioca brava, envolveu o pato e a canjiquinha, evidenciando a riqueza que o milho tem. O caldo do cozimento do pato foi aproveitado nesse prato espetacular, que também levou cogumelos Portobello, bacon e cebola baby, puro umami.
Mineiridade pura o steak serenado com uma boa fatia de requeijão de raspa derretido e maçaricado, acompanhado, é claro, de mandioca na manteiga de garrafa. Carne de sol com mandioca tem o seu lugar, sem erro, com o queijo por cima virou um parmegiana do sertão.
Dirceu e Marília, a cheesecake de goiabada findou com maestria essa noite brasileira cheia de cultura e sabores, como sempre no Renato Quintino.
O bar de vinhos da Casa Rio Verde marca sempre presença nos encontros com novidades a cada dia. Destaco os tintos Ribeiro Santos Dão DOC (R$140) e o Mil Rios Valdeorras Mencía D.O.
Merece destaque também o branco Madame Merseguera D.O. Valencia 2021 (R$130), proveniente de vinhas plantadas nos anos 90 na Bodegas Volver, uma vinícola de abordagem moderna com utilização de variedades de uvas autóctones, como Monastrell, Tempranillo, Macabeo e Merseguera.
O bar de drinks incluiu preciosos vermutes como o italiano Carpano Antica Formula (R$569), receita original de Antonio Benedetto Carpano, o criador do vermute moderno em Turim em 1786 e o espanhol Vermut Fernando de Castilla (R$250) elaborado Jerez de La Frontera, uvas Palomino e Pedro Ximénez e 27 botânicos diferentes macerados em barrica de carvalho americano. Extremamente complexos no aroma e no paladar.
Eu e Croquete nos esbaldamos!
Foto: Jane Linhares
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