Conhecido pelas paellas gigantes do festival de gastronomia de Tiradentes desde 2000 e pelo festival de lagosta da Pequena Tiradentes, Rodrigo Zarife realiza jantares em sua casa desde 2016 para um público restrito.
Às sextas-feiras oferece um menu de 7 passos, que muda todo mês. Nos outros dias da semana recebe eventos privados para empresas e familiares. Sua inspiração vem dos sete anos que morou na Europa e paixão pela gastronomia contemporânea.
No salão de entrada ficam expostas à venda as belas cerâmicas de sua mãe Sandra Zarife.
Ao descer as escadas o clima é de luz de velas e você pode assistir a montagem dos pratos pela cozinha aberta.
Ostras frescas chegam de avião diretamente enviadas pelo restaurante Ostradamus em Santa Catarina. Lá elas passam por um processo de depuração por imersão em água do mar filtrada, tratada com luz ultravioleta, cloração, filtração, oxidação com baixa concentração de cloro, para eliminar qualquer risco de contaminação. Ainda assim, antes de montar o prato, Zarife abre e cheira uma a uma para garantir a qualidade ao servir com o caviar de ovas de mujol e espuma de limão Yuzu. A iguaria vem na própria concha repousada sobre pedras e fumaças de nitrogênio líquido.
O lombo é do melhor bacalhau, o Gadus Mohua, cozido a baixa temperatura, mantendo sua textura em grandes lascas. Para acompanhar, um creme de ovos e crocante de bacon.
Produtos sofisticados impressionam quando bem trabalhados, mas o que mais me surpreende é a habilidade do cozinheiro em transformar um simples tomate em algo sublime. Foi o caso do terceiro prato que chegou à mesa. O tomate ficou em uma marinada de azeite, alecrim e tomilho antes de ser levado à chapa quente e um pouquinho de açúcar para ajudar na queima. Mais incrível ainda é a combinação de sabores escolhida com o queijo de cabra Bursin juntamente com a pêra caramelizada e o azeite de carvão para equilibrarem-se perfeitamente na garfada.
Os frutos do mar são fornecidos pelo “Classe A”, empresa respeitável no mercado. É de lá que veio o tentáculo de polvo do quarto prato. Esse marítimo faz ótima combinação com páprica picante e a criatividade do chef foi temperar uma pipoca com tal especiaria para compor a receita além da pamonha de milho na manteiga de mexilhão.
O jantar todo é muito leve e diversificado e até mesmo servindo uma barriga de porco glaçada em molho teriak, houve a preocupação na delicadeza do palmito pupunha e picles de maxixe na manteiga de garrafa.
Antes da sobremesa a “Triologia de Minas” é uma seleção de queijos especiais da Canastra, Serro e Salitre servidos com mangada e favo de mel fresco.
É chegada a hora da sobremesa a fumaça do nitrogênio líquido toma conta do salão e chama a atenção para o preparo do “caipinitro”, sorbet de caipirinha na fina casquinha de doce de limão. Barrinhas de chocolate suíço rechesdas com caramelo e sal Madon completam a doçura do gran finale.
Esse foi o cadápio do mês das últimas quatro sexta-feiras. Para as próximas edições o menu degustação será totalmente alterado e será servido: moquequinha invertida de badejo ao leite de castanha do Pará e gnochi de banana da terra; salada morna de camarão, Jamón Serrano, figo caramelizado, aerado de queijo bursin e confit frutas vermelhas; vieira grelhada, vinagrete de avelã e musseline de palmito pupunha; sopa morna de tomilho e sorbet de maçã verde; papardelle fresco, ragut de pato, porccini e tuile de Parmigiano Reggiano; lombinho suíno defumado especial, melaço de tangerina, farofa de bacon, ovo perfeito e couve crocante; crème brulée, mousse de manga e limão yuzu, chocolate dark suíço.
A rolha é free e você pode levar o vinho de sua preferência para acompanhar o jantar. Ingressos limitados no sympla.com.br a R$180 por pessoa.
Obrigada, Zazá!
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Roza Bistrô na minha coluna de gastronomia do Jornal da Cidade BH:
http://degustatividade.com.br//wp-content/uploads/2015/07/154a_RozaBistro.pdf
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Roza Bistrô
Rua Via Láctea, 111, Santa Lucia, Belo Horizonte, MG, Brasil.