Comida de família foi o tema da festança na cidade mineira repleta de patrimônio histórico e natural preservado.

Carolina Daher, curadora do Fartura descreveu bem como foi a 5ª. edição do festival: “É um evento alegre e integrativo, as pessoas são muito receptivas, a gente efetivamente se sente em casa, o que representa bem Minas Gerais. Nesse sentido, convidei pessoas que se empolgam em interagir com o publico, trocar receitas e experiências. Esse ano tivemos Zeca Camargo como padrinho e ele é exatamente isso, uma pessoa que gosta de conversar e pesquisar sobre comida, que valoriza a cultura gastronômica local.”

Presença cativante não só pelo carisma, mas principalmente pelo talento na cozinha, Bruna Rezende levou três receitas que me conquistaram.

A chef trabalhou no Cozinha Tupis e Birosca antes de abrir seu próprio bar em outubro do ano passado no bairro Serra, A Porca Voadora, que já está muito bem falado.

Por lá o Jiló recheado com joelho de porco desfiado é um dos mais pedidos, e compete com a rabada com gengibre e a costela de porco na brasa com pasta de vegetais tostados e pimenta fermentada coreana, apelidada de “A Porca Lambuzada”. O gengibre em calda agrega potência e dá frescor ao denso caldo de cozimento da rabada. Para completar o prato, a Bruna embrulha agrião em folha de arroz e frita, fica um show!

Diretamente de São Paulo, Luana Sabino, chef do Metzi, restaurante que ocupa a 18ª colocação dos 50 best da América Latina, discursou sobre a diversidade do milho e levou um taco para o público apreciar. Frequentemente servida em tortilhas, a barbacoa de cordeiro feita pela Luana é uma combinação de tradição e autenticidade com guacamole, coentro e cebolas em conserva.

Outro paulistano que chegou para adocicar o festival foi o apresentador do programa Que seja Doce, do canal GNT, Lucas Corazza com sua pipoca caramelizada e um bolo de chocolate e especiarias com doce de abóbora de Conceição do Mato Dentro.

Marcelo Haddad, do restaurante-fazenda Paladino (BH) também ensinou sua versão de taco, feita com massa dos famosos pastéis de angu de Conceição do Mato Dentro e um recheio que combina camarão, copa lombo e carne de sol. De sua barraca saía camarão ao alho e óleo, sanduíche de costela e carne de sol acebolada com manteiga de garrafa, creme de queijo do Serro e chips de tubérculos.

Claro que os tradicionais pastéis de angu estiveram na festa, com as produtoras Vânia Queiroz e Lurdinha Majó.

O queijo do Serro entrou também no angu mole com carne de panela, jiló recheado com bacon do Vitor Martins do bar do Zezé, boteco tradicional da capital belo-horizontina. Seu torresmo de rolo é assíduo nos festivais.

Mais queijo do Serro presente em forma de telha crocante na costelinha pinga e frita da Simone Cardoso, a serrana proprietária do restaurante Quintal. Foi dela um outro petisco que me conquista, o medalhão de quiabo.

Juliana Duarte da Cozinha Santo Antônio (BH) contou sobre as queridas empadinhas de queijo, receita da sua avó, Flávia Baltazar da Taberna Baltazar (BH) serviu um delicioso prato com bacalhau e Rafael Pires do Mia (Tiradentes/MG) levou a porchetta na brasa.

Dente as atrações musicais, o autêntico forró pé-de-serra do Trio Lampião animou a festança.

 

O Queijo do Serro recebeu recentemente o Selo de Indicação Geográfica concedido pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), um avanço para a preservação desse precioso patrimônio. Nesse final de semana a iguaria será celebrada na cidade do Serro, que recebe a terceira edição do Festival Fartura Dona Lucinha.

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Festival Fartura Conceição do Mato Dentro na minha coluna de gastronomia do Cidade Conecta.

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