A Bolívia produz vinhos há mais de 400 anos e as primeiras videiras foram introduzidas pelos conquistadores espanhóis em 1548.
O Vale do Cinti encanta pelos vinhedos extremamente antigos que utilizavam as árvores como estacas vivas, prática ancestral que praticamente desapareceu.
Diferente de todas as regiões vitivinícolas do mundo, as uvas crescem enroladas em árvores molle e chañar que medem mais de três metros em meio a uma floresta, intacta à praga filoxera.
Outra particularidade é sobre a altitude boliviana onde as vinhas entram em dormência no inverno, brotam no verão e com isso se tem um melhor ciclo reprodutivo.
María José Granier fundou a vinícola Jardin Oculto em 2019 e teve dificuldades de encontrar literatura sobre esse sistema de plantio, acabou aprendendo com as práticas dos produtores locais.
Em época de colheita, as inundações não chegam a cobrir as uvas, que são vez ou outra atacadas por pássaros nas partes mais altas das árvores.
Há um respeito pela biodiversidade e o vinho é produzido de forma natural.
A variedade Negra Criolla, também conhecida como País, proveniente de vinhas de mais de 200 anos, produz um vinho de taninos leves, com presença frutada de cereja e framboesa.
Com pequena produção de apenas 1.800 garrafas o Jardin Oculto Negra Criolla 2020 foi premiado como melhor tinto da Bolívia pelo Guia Descorchados.
É fácil de beber, tem ótimo frescor, complexidade e apresenta notas de ervas além das frutas vermelhas. Uma obra de arte do enólogo Nayan Gowda.
R$429,90 na La Gruta.
Jardin Oculto na minha coluna de gastronomia do Cidade Conecta BH