Chef inglês chega a BH com foco na exaltação dos legumes e sustentabilidade.

Yousef Nayla nasceu em Londres, é filho de brasileira com iraquiano. A família abriu a primeira churrascaria brasileira na Europa, Rodízio Rico, em 1997, hoje com três endereços. O chef de apenas 25 anos foi criado no meio restaurateur, formou-se na Le Cordon Bleu London e trabalhou em restaurantes como Gauthier Soho, Native, Brat e Townsend, todos na capital da Inglaterra.

Em junho do ano passado aterrissou no Brasil e aprimorou as pesquisas para abrir o Graces Cozinha, inaugurado em agosto desse ano no bairro de Lourdes. Muito comum em Londres, o cardápio apresenta pratos pequenos para que mais opções possam ser apreciadas e inclusive compartilhadas. O menu se divide em pequenas mordidas, pratos menores, pratos maiores e guarnições. “A nossa proposta é que o cliente monte seu próprio menu degustação com liberdade de escolher os elementos do cardápio mais lhes despertou atenção”, explica Yousef.

 

Quando cheguei, bati o olho no menu já tinha certeza de que eu precisava provar todos os legumes. Em primeiro lugar fiquei embasbacada pelo chuchu, menosprezado pela falta de sabor, mas que o chef Yousef Nayla o transformou em um show de potência de acidez e salivação. Fermentado por no mínimo 5 dias, chega a atingir uma leve cocção, porém mantém sua corânica. Depois é finalizado na brasa e acrescido de salsa criolla picante e croutons (R$38).

Outro espetáculo é a abóbora grelhada (R$50), fermentada por 1 semana em uma marinada de suco de laranja, alho cebola e especiarias, servida com molho espanhol e base de páprica e finalizada com xerém de castanha de caju e semente de abobora, para o total aproveitamento do insumo.

Já o brócolis na parrilla (R$36) foge do pico de acidez e apresenta um sabor adocicado pela redução de missò com shoyu, melaço e alho frito.

A abobrinha refogada vem acompanhada de pão assado na hora com queijo Canastra curado, azeite de alho confit e um toque de limão (R$25), de volta à acidez que tanto aprecio.

 

Todas as partes do frango são aproveitadas, e após marinação de três dias, o peito vai para a galinhada ao forno à lenha (R$93), feita com arroz agulhinha, o chef faz questão valorizar ingredientes nacionais. Em cima vai uma salada de ervas para dar frescor e recomenda-se misturar tudo para sentir o arroz caldoso do meio com aquela bordinha crocante que gruda na panela.

Coração, moela e asinha desossada formam um esplêndido espeto, cada um com pre-preparo especial de forma individualizada, finalizados juntos na grelha e guarnecidos por creme de mandioca e roti de frango (R$80), de lamber o prato!

Não esperava muito das sobremesas, mas me surpreendi positivamente. Gostei do tanto do brigadeiro noisette, crocante de caju, mousse de mexerica e coulis de abacaxi (R$30) como da pêra curtida na cachaça, vinho branco, suco de limão e especiarias, caramelizada, servida com sorvete de baunilha Alessa, e crocante de caju (R$30).

O cardápio de abertura vai durar um pouco mais, porém a ideia é mudar toda semana. O chef está cheio de criatividade para mostrar.

O chef também se aventura na criação de coquetéis com destaque para a cachaça.

A casa já está recebendo eventos privativos.

 

Graces Cozinha na minha coluna de gastronomia do Cidade Conecta BH.

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Graces Cozinha

Rua Bernardo Guimarães, 2044, Lourdes, Belo Horizonte, MG, Brasil

instagram.com/graces_cozinha