Bruna Martins comemora 10 anos de seu primeiro restaurante com menu degustação repleto de mineiridades.
Pratos sensacionais que me emocionaram do início ao fim.
A Birosca é um restaurante de alta gastronomia mineira, que valoriza nossos ingredientes, nossas raízes, nossa história. Milho, chuchu, peixe de rio, galinha caipira e porco são trabalhados com criatividade pelas mãos de uma jovem chef que esbanja talento e entusiasmo.
O mais novo projeto da chef Bruna Martins tem o objetivo de resgatar a cultura do peixe de rio em busca de trazê-lo de volta à mesa do povo mineiro. O Instituto Doce Pescaria envolve pesquisas com um coletivo de historiadores, geógrafos e sociólogos sobre a pesca de água doce em conjunto associações, povos ribeirinhos, ativistas do meio ambiente e povos indígenas. O propósito é fomentar esse mercado com circuitos gastronômicos em parceria com outros chefs, realização de expedições, desenvolver produtos e levar para os supermercados da cidade.
Nesse intuito, o menu “Bodas de Fubá” incluiu o crocantíssimo torresmo de pele de peixe do rio, o saboroso tartar de Pacu curado e o surpreendente Tucunaré defumado. Adorei o barquinho de papel que veio recheado de torresmo de peixe do rio para ser mergulhado na coalhada temperada e uma salada de tomates.
O tartar de Pacu curado com maionese de jaboticaba na broa de milho estava digno da apresentação, foi servido como uma joia ao se abrir a bola de pedra sabão, uma das delicadezas da Marble Design Pieces. Inclusive as peças escolhidas pela Raquel Guerra embelezaram ainda mais o menu.
Já o Tucunaré defumado com azeite de picada do mato estrelou como prato principal com acompanhamentos para serem compartilhados: abóbora e baroa da roça na banha afundadas no creme de castanha do Pará e tropeiro de dois feijões com broa e baru. Mas peixe com tropeiro? Sim, e ficou genial, já que o defumado estava no peixe. Couve cortada bem fininha e a crocância da castanha de baru fizeram o tropeiro ficar ainda mais especial.
A bochecha de porco ao molho de amendoim com limão e ervas batidinhas foi uma outra opção no lugar do peixe, que difícil escolha, ambos estavam sensacionais.
Entre essas maravilhosas surpresas ribeirinhas, veio a Quermesse, quatro petiscos cada um melhor que o outro em cima da espiga de milho. Foi um show de sabores típicos mineiros e teve pimenta de cheiro recheada de porco e maionese de pequi, pirão de rabada frito com maionese de agrião e chuchu, churrasquinho de milho com queijo curado e carne de sol e “Franguin à Passarin” com goiabada fermentada e coalhada de ligado.
Pra refrescar, chup-chup de cagaita,
e para aquecer a alma uma canja com galinha caipira dos Deuses. Queria tomar isso todo dia antes de dormir, que conforto!
Quase cometi o pecado de pedir para dividir a sobremesa, já que doce é algo difícil de me encantar e ainda bem que desisti. Raspei o prato das duas sobremesas. Também pudera, com queijo presente a chance de me agradar é grande. Realmente é um “Ouro de Minas” o bombom gelado de queijo e milho com curau morninho.
O que parecia ser muito doce, estava suave e equilibrado, adorei o doce de mamão verde com compota de limão capeta e tortinha de queijo.
Para finalizar, café com broa e goiabada.
O jantar foi harmonizado com vinhos mineiros da Luiz Porto,
que inclusive fez um rótulo personalizado para as Bodas de Fubá do seu ótimo espumante nature.
O brinde inicial foi com Stella.
Esse menu comemorativo precisava ser eternizado na Birosca. A boa notícia é que muitas dessas receitas entrarão para o cardápio fixo e já estão disponíveis para serem apreciadas por lá.
Tem sempre um pianista animado por lá.
Bruninha, você arrasa demais! Voa!
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Bodas de Fubá na Birosca na minha coluna do Cidade Conecta.
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Birosca S2
Rua Silvianópolis, 483, Santa Tereza, Belo Horizonte, Brasil