Na esquina de Contorno com Prudente Morais, o Quina se instalou há menos de um mês com a proposta de oferecer pratos da alta gastronomia mineira num ambiente moderno e charmoso. Tanto na decoração como nos preparos da cozinha a inspiração é Belo Horizonte, seja nas imagens do Centro da cidade impressas nas paredes, no jogo americano de mesa e até o foco nos produtores locais e parceiros mineiros. Na entrada, um sebo do Seu Odilon com livros de R$5 a R$20. O livreiro Odilon Tavares é ex-catador de material reciclável e há seis anos se dedica a cuidar do seu acervo que conta com cerca de 10.000 exemplares hoje, um símbolo de BH.
O chef Uamiri Menezes trabalhou com grades nomes da cozinha belo-horizontina como Felipe Rameh, Fred Trindade e Matheus Paratella, claramente perceptível na montagem dos pratos e construção de sabores. Os petiscos lembram os saudosos restaurantes Trindade e Alma Chef e da para provar de todos eles em apenas três pedidos de “Um cadin de cada”. Savassi, Pampulha e Floresta são os nomes dados às tábuas com quatro petiscos, composto em dois de cada, num total de oito deliciosas bocadas a R$52 cada. Eu que sempre gosto de provar de tudo um pouco achei uma excelente pedida.
Caso tenha um preferido, as porções individuais vêm com 6 unidades geralmente como é o caso do pastel de rabada (R$28), coxinha de ossobuco (R$38), tulipinha de frango com rapadura (R$36), torresmo de barriga com picles de cebola e purê de limão com maçã verde (R$36) e croquete de feijão tropeiro (R$38). Genial essa transformação do tropeiro, um prato clássico em versão contemporânea ao ser empanado em farinha de torresmo e acompanhado de couve finíssimamente cortada e um ovinho de codorna confitado para finalizar. Essas são friturinhas que valem a pena sair da dieta, sequinhas por fora e suculentas por dentro. Os dois sanduichinhos são um sucesso, um hamburguinho com Queijo Canasta cremoso, bacon, ketchup artesanal de pimenta biquinho defumada no brioche, a parte maionese de pequi (R$44 com 4 unidades) e o tradicional pão de queijo com linguiça incrementado com requeijão de raspa com cerveja e molho chimichurri (R$42, 4 unidades). O excesso de “inhos” na minha descrição é para entrar no clima do sotaque do nosso povo. Com 8 unidades, o tartar é feito com carne de sol de Montes Claros, sob telha de angu e bernaise de manteiga de garrafa (R$44). Para quem não come carne, há um tartar de beterraba com coalhada defumada, telha de beterraba e gema curada ralada (R$38) e pastel com recheio de lentilha e tofu defumado cremoso (R$28), os quais me apetecem bastante preciso voltar para provar.
Merece bastantes aplausos a releitura de galinha caipira como prato principal. Coxa e sobrecoxa confitadas, perfeitamente cozidas, acompanhadas de um angu branco cremoso que conforta a alma e ainda o defumado umani dos mini legumes na brasa para completar (R$62).
A carne de sol costuma ter um pouco a mais de sal do que estamos acostumados, o que não me incomoda tanto por eu ser uma viciada em sal assumida, porém fica o alerta ao pedir o arroz de carreteiro com contrafilé serenado (R$74).
Especialmente para veganos o gnocci de baroa e cogumelos (R$68) é feito com molho é a base de leite de avelã.
Sobremesa só provei uma e fiquei extremamente satisfeita pela combinação harmônica de vários ingredientes e suavidade de sabor, sem excessos. A “Quarentena com couscous” é um pudim de milho tradicional do norte de Minas com couscous de laranja e castanhas, toffe de coco e gelato vegano (R$26).
Mas soube que mousse de chocolate branco com com frutas frescas, coulli de morango e mirtillo, chantilly de iogurte e cookie de chocolate é uma boa pedida.
Os coquetéis tem preços de R$18 a R$36 entre tradicionais e autorais, assinados pelo Alan Rogerio. Fui no clássico Bloddy Mary (Vodca, suco de tomate, pimenta tabasco, molho inglês e pimenta do reino – R$28). Outro clássico é o Old Fashioned com bourbon, club soda, angostura e simple syrup (R$32).
Adorei o sabor exótico do Azedin, feito com Gin Yvy Mar, cordial de limão e folhas de azedinha (R$26). O Calma Nervo conheci pelo bartender Albert Coelho da Lamparina e vai aquela cachaça com jambu que causa formigamento na boca, a Jambruna, acrescido de licor de pequi, suco de limão capeta e club soda (R$28).
A carte de vinhos é brilhantemente composta por apenas VINHOS BRASILEIROS, feita pela sommelier Ana Borges da UVA Escola Etílica. Que novidade deliciosa BH ganhou! Muito obrigada pelo convite, Re. Noite agradabilíssima com vocês!
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Quina na minha coluna de gastronomia do Jornal da Cidade BH:
http://degustatividade.com.br//wp-content/uploads/2015/07/225_Quina.pdf
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Quina
Av. Prudente de Morais, 15, Santo Antônio, Belo Horizonte, MG, Brasil