Seria o Ninita um restaurante italiano? Seria o Ninita um restaurante mineiro? É um restaurante de cozinha italiana com pé na roça mineira, “italineiro” ou “mineiriano”, como o chef Léo Paixão gosta de brincar. Ninita é o nome de sua bisavó e ele sempre quis fazer uma comida que remetesse a sua infância e homenageasse sua família. Mas é claro que tudo que tem a mão de Leonardo Paixão não é tão simples, sua mais nova casa tem um toque sofisticado e criativo, como era de se esperar. Lá você vai provar crostinis, porchetta, polenta, lasanha, massas frescas feita no dia, de um jeito mineiro, com Marian Gondó, ora pro nóbis, jabuticaba, queijo Minhas, sempre valorizando ingredientes e pequenos produtores mineiros.
Os drinks tem o preço fixo de R$35, e eu me surpreendi com o Negroni defumado. Que aroma maravilhoso que exala, não parei de cheirar o copo!
Nas entradas, o espetinho de quiabo é feito na brasa envolvido com lardo e finalizado com um toque balsâmico (R$29). O lardo é uma fina camada de gordura de porco, iguaria muito consumida na Itália. (Na foto ficou bagunçado pois já estava sem o palito e o Léo não espera a gente tirar foto).
Pêra, gorgonzola e nozes, a perfeita combinação virou um antepasto para ser comido de uma bocada só. Por baixo, um chips fininho de pêra para receber o gorgonzola mineiro da Serra das Antas, e por cima um pozinho de nozes pulverizado (R$40). A porchetta é a mesma que o chef ensinou em sua conta pessoal do Instagram, com limão siciliano e balsâmico com melado e ervas anisadas (R$45).
Dente os principais, mais uma combinação umami de sucesso, ovo, cogumelo e trufa fazem do ravioloni (R$77) um dos mais pedidos em poucos dias de abertura.
Vem com queijo de cabra em cima e ao cortar a massa ao meio, a gema escorre lindamente no prato. O azeite trufado é bem suave e não chega a incomodar.
O risoni, aquela massa em forma de arroz, é servido num saboroso caldo de mocotó e jabuticaba com costela bovina na brasa (R$85). Provei a rapa da panela e estava sensacional!
Esses foram os dois que provei e já abriram meu apetite para provar as outras outras criações do Léo Paixão. Imagino que maravilha deve ser a lasanha aberta gratinada que traz camadas de sabores pela defumação do lombo e a brasa que aquece o queijo Minas (R$87).
Quem curte sabores suaves e perfumados vai se interessar pelo tortelli de queijo Giovanna do produtor mineiro Ribeiro Fiorentini com batata doce, manteiga de sálvia e Maria-Gondó (R$77). Os camarões VG marcam presença no parpedelle com tomate e basílico (R$115).
As quatro sobremesas tem o preço de R$35, receitas clássicas italianas feitas com ingredientes mineiros. Doce de leite e paçoca invadem a panna cotta com coulis de morango e queijo Canastra e chocolate Java mineiro são usados no Tiramissù. O Zabaione, levíssimo creme de gemas, açúcar e vinho Marsala tradicional da Itália ficou ótimo com frutas vermelhas gratinadas e um crocante feito de rodelas de laranja que não dá vontade de parar de comer. Em três texturas de avelã, o tartufo é como se fosse uma torta com espuma e crocante de avelã, decorada com trevinho, aquela plantinha azeda que a gente catava no quintal para comer, quem se lembra?
Com o decreto da Lei Seca em BH, o Léo tomou a decisão de fechar o Nicolau Bar da Esquina e abrir o Ninita todos os dias da semana no também no horário do almoço. As reservas para o jantar se esgotaram para esse ano em apenas 12 horas. A dica é tentar uma desistência por volta das 19:00, já que muitos costumam reservar e não aparecerem, inclusive uma falta de compromisso que precisa ser mudada no Brasil.
O Glouton permanece funcionando exclusivamente com menu degustação com oito snacks, prato principal e sobremesa à escolha por R$159 por pessoa para o jantar. Em breve terá mais uma edição do Cozinhando com Paixão de fim de ano, o evento on line que mais fez sucesso durante a pandemia.
Eu e Gui pegamos o melhor lugar: o balcão!
Sempre um sucesso, Léo!
Ninita na minha coluna de gastronomia do Jornal da Cidade BH:
http://degustatividade.com.br//wp-content/uploads/2015/07/227_Ninita.pdf
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Ninita
Rua Bárbara Heliodora, 71, Lourdes, Belo Horizonte. MG, Brasil