Mais uma edição do encontro on line das Luluvinhas, sempre com ótimas surpresas e mimos. Recebemos o vinho às cegas junto com um porta-vinho bem estiloso da Nana Valle. A desiner fez também um bauzinho para transportar os comes do Nonna Carmela. Vai ser útil como um “porta-trecos” e já estou cheia de trecos que quero guardar nele!
Até eu fiz parte dos mimos dessa vez e dobrei guardanapinhos em forma de vestidinho para todos os 34 kits.
Essa foi a última etapa dos estudos sobre aromas encontrados nos vinhos tintos e completamos a caixa. Pimentão, menta, eucalipto e alcatrão era os que faltavam.
A caixa completa tem 20 aromas característicos de vinho tinto, sejam eles frutados, herbáceos, minerais ou provenientes do processo de vinificação e amadurecimento. No pimentão muita gente se lembrou de pizza (deve ser a portuguesa), o eucalipto vem logo aquela ideia de sauna na mente e o alcatrão se assemelha a asfalto.
Incrível como os aromas despertam nossa memória conforme as experiências vividas. Para se aguçar o olfato é preciso muito treino e cheirar tudo que se vê pela frente. Dessa forma é que se constrói um banco de dados olfativo amplo e capaz de identificar facilmente o que uma taça de vinho exala. Essa caixa de aromas é um excelente exercício!
O menu preparado para harmonizar com o vinho teve início com um levíssimo rondele de legumes ao molho branco gratinado.
No segundo prato, o raviolone estava muito bem recheado de cordeiro ao seu próprio molho, com muito sabor, daqueles de lamber o prato.
Depois de muitas cheiradas na taça, retiramos o papel que escondia as informações da garrafa e o sommelier chileno Alex Ordenes apresentou o vinho da noite. Um Merlot da Laura Hartwing, vinícola familiar, que produz apenas vinhos tintos em pequenas quantidades e com alto padrão de qualidade. A linha Laluca é uma homenagem ao apelido da fundadora, como era carinhosamente chamada quando criança por sua família. Não tem passagem por barricas e revela a expressão do terroir sem interferência da madeira. São poucos Merlot de qualidade sendo produzidos no Chile e essa safra de 2017 nos revelou belos aromas. O professor Márcio Oliveira comentou que o presente aroma de pimentão exalado de início cedeu espaço às frutas escuras após um tempo na taça. Em se tratando de frutas brasileiras, percebemos jaboticaba, jambu e principalmente goiaba vermelha bem madura.
O terceiro prato da noite foi um escalope de filé ao roti com cuscuz de legumes e xerem de castanha de cajú. A carne estava macia e ao ponto, ótimo prato.
Finalizamos com mousse de doce de leite e farofa de paçoca.
No kit veio também um fio de cobre e as meninas explicaram que cada segundo de contato do metal com o vinho equivale a 1 ano de envelhecimento em taça. Interessante, não é?
Minhas queridas, muito obrigada por essas grandes experiências que vocês sempre preparam com tanto carinho e talento!
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LuluVinhas na minha coluna de gastronomia do Jornal da Cidade BH:
Mais Luluvinhas no Degustatividade:
http://degustatividade.com.br/?s=luluvinhas