Já se foi mais de um mês de isolamento social e muitas restrições na vida pessoal de cada um. Mas se tem algo bom que podemos aproveitar com essa situação, certamente é descobrir como cozinhar pode ser fácil. E quem dá as diretrizes é o chef Leonardo Paixão – dono de um dos restaurantes mais premiados de BH – que ensina de receitas simples e fáceis em seu perfil pessoal do Instagram: @leonardopaixao. “Sou um cozinheiro forjado na alta gastronomia. Meu dia a dia é cheio de técnicas complexas, equipamentos de ponta, produtos caros, exóticos e uma brigada de cozinha pronta pra executar, em grande escala, as ideias mais mirabolantes da minha cabeça. Os prêmios e reconhecimento só me fizeram buscar, cada vez, mais precisão. Todos me conheciam assim. Até a quarentena chegar. Não sou de compartilhar minha intimidade com as pessoas, por isso poucos sabiam de meu enorme apreço pela cozinha simples, de família. Cresci com um fogão à lenha no quintal. A base de meu paladar foi formada pela cozinha mineira, feita pelas cozinheiras da família com muito carinho e enorme paciência. Veio, então, a quarentena.”, desabafa o chef.
Frango com quiabo, rabada, tropeiro, canjiquinha com costelinha, pão de queijo, lombo com farofa, e muita mineiridade de um jeito didático, fácil de aprender e replicar em casa é o que tem alegrado esses dias em casa do chef Léo Paixão. A velha e boa prática do pinga e frita é um dos grandes segredos para a construção da camada de sabor no preparo do frango e do lombo. Poucos ingredientes e muita paciência para deixar as carnes bem coradas no processo de caramelização. Já a panela de pressão é a aliada na receita caseira de rabada, canjiquinha com costelinha e de carne moída. Atendendo à pedido dos seguidores, teve até receita de arroz soltinho e feijão com bacon e calabresa.
Quando a Sexta-Feira da Paixão foi se aproximando, Léo Paixão ensinou uma receita de moqueca e duas opções de bacalhau. A moqueca baiana de camarão foi acompanhada de angu de coco e farofinha de amendoim torrado. Uma boa bacalhoada de Gadus Morhua caprichada no azeite ou um bacalhau mais barato para fazer a moda “à Bras”, está tudo muito bem explicado nos “stories” deixados nos destaques do instagram. É preciso somente uma frigideira e os ingredientes bacalhau dessalgado e desfiado, batata palha, cebola, alho ovo, salsinha e azeitona portuguesa, cada um no seu tempo, para fazer o bacalhau à Bras.
A costela de porco ao barbecue leva mais tempo para fazer, mas nada tão complicado. Há uma técnica de dobrar as pontas do papel alumínio três vezes com o cuidado de não rasgar, importante para não perder o vapor nas 3 horas de forno. Já o pão de queijo é muito rápido e feito somente com três ingredientes: queijo meia cura, creme de leite de caixinha e polvilho azedo. Usa-se o volume igual de queijo ralado grosso, polvilho e creme de leite. Não leva ovos e é só misturar bem e jogar as pelotas de massa numa assadeira com ajuda de duas colheres.
Os doces não ficam de fora das receitas e já teve bolo de cenoura com chocolate, tarte tatin de pêssego e tortinha de maçã. Versátil, o crepe pode ser feito tanto salgado como doce. A sugestão salgada foi de queijo com bacon e tomatinho e a versão doce com banana e doce de leite. A massa pode ser guardada na geladeira para ser usada no dia seguinte.
São todas receitas para serem compartilhadas na mesa com quem você ama e com muita paixão. Quem sabe você não descobre um cozinheiro aí dentro de casa?
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Quarentena com Léo Paixão na minha coluna de gastronomia do Jornal da Cidade BH:
http://degustatividade.com.br//wp-content/uploads/2015/07/198_Quarentena-com-Paix%C3%A3o.pdf