O Oro está entre os três únicos restaurantes no Brasil que ostentam duas estrelas do Guia Michelin, junto com o D.O.M e o Tuju, além de figurar na lista “Latin America’s 50 Best Restaurants” em 49º lugar no ano de 2018.
Desde os tempos do quadro “O Mago da Cozinha” no Fantástico, o chef Felipe Bronze já fazia sucesso na TV e hoje atua nos programas Perto do Fogo, The Taste Brasil, Que Seja Doce e Top Chef. Sua cozinha está marcada pelo cozimento na brasa e em quase todas as suas criações dá para sentir essa magia do fogo. Em todas as explicações você escuta na brasa, na brasa, na brasa, sim, o Felipe Bronze é o homem da brasa.
O brinde de boas vindas é com uma mini gin tônica.
A casquinha queimada do pão de fermentação natural passada na manteiga defumada, tudo feito na casa, comprova o quão especial são os preparos. O show do menu degustação tem início com um crocante de torresmo pururuca servindo de base para a ostra de Santa Catarina e sorbet de caipirinha. Combinação inusitada.
Depois vem uma sequência com quatro snacks crocantes, os melhores da noite, na minha opinião.
Crocante de tapioca, texturas de abóbora e camarão na brasa; base de mandioca, xinxim, quiabo e pó de camarão seco;
chips de couve em sanduíche cobrindo bacalhau curado com chorizo pata negra
e crocante de tinta de lula com tartare de picanha e tutano. Comeria mil vezes todos eles.
Depois vem uma sequencia de snacks moles: broa de milho com café e semente de erva doce;
blini (tipo paqueca) feito de moqueca com coco verde fresco e lula na brasa;
rabada envolvida por pupunha torrada e creme de agrião;
tempurá de ovo de codorna com tutu de lentilha negra
e sushi de enguia na brasa com maçã carbonizada. Achei que se os moles fossem servidos entremeados com os crocantes, seriam mais valorizados, talvez…
O último de comer com as mãos chega numa bandejinha sustentada por um boneco de bronze (bem que podia ser o Felipe rsrs) e arranca suspiros. É o pãozinho da moda: bun, feito no vapor e recheado de barriga de porco na brasa e abacaxi aioli.
Momento com talheres chega cheio de sabores e eu apaixonei pelo belíssimo prato de mil folhas de polvo e couve em finíssimas camadas com caldo verde e vinagrete de pimenta biquinho.
Deliro com pratos vegetarianos e não foi diferente com a cenoura e alho poró na brasa com caldo cremoso de curry, crumble de café e emulsão de pimenta de cheiro.
Os pratos com boi e porco não foram tão surpreendentes, mas muito saborosos bem feitos, com toda certeza.
O porco é cozido na cerveja preta apresentado com baroa branca levemente defumada com notas de baunilha e a costela de boi é feita em baixa temperatura por dois dias, guarnecida com batata doce laranja (ou batata cenoura) e no centro vai um caldo de tucupi preto com melado daqueles que fazem salivar, salivar e salivar, umami!
Sobremesa é algo difícil de me emocionar, não me despertou prazer. Provei das três combinações: rabanada de de queijo Tulha com sorvete de mel nativo fermentado e compota de mamão verde;
texturas de milho e goiabada com sorvete de paçoca
e torta cremosa de chocolate com sorvete de banana com maracujá e tartar de banada com caramelo de maracujá.
Ao final ainda tem docinhos: brigadeiro, marshmallow de café, pé de moleque, quindim de maracujá e tortinha de limão.
O menu degustação fica em R$ 555 e há opção com dois pratos a menos de talheres resultando em R$ 445. A opção completa com harmonização de vinhos custa R$735. Uma grande experiência!
.
Oro na minha coluna de gastronomia do Jornal da Cidade BH:
http://degustatividade.com.br//wp-content/uploads/2015/07/189_Oro.pdf
.
Oro Restaurante
Av. General San Martin, 889, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, Brasil