O chef Mássimo Battaglini (buffet Club do Chef e da Osteria Mattiazzi) acaba de inaugurar mais um restaurante, no coração do Belvedere, bairro em constante crescimento gastronômico atualmente. Em sociedade com o empresário Felipe Santiago (Udon, Olegário e Santa Fé, todos no Belvedere) a nova cantina italiana teve o projeto arquitetônico assinado pela arquiteta Isabela Vecci, que imprimiu traços Venezianos no ambiente em homenagem a terra natal do chef Mássimo Battaglini.
Ao contrário do que muita gente já anda dizendo, não considero o cardápio enxuto. Como prato principal, são dezoito opções de massas frescas, recheadas, gratinadas e secas na faixa de R$50 além do risoto que será finalizado na mesa (R$85 para duas pessoas) e ainda cinco pratos de carnes e frutos do mar entre eles porco (R$63), filé (R$65), cordeiro (R$96), bacalhau (R$83) e camarão (R$92). É bem abrangente e variado sendo a quantidade de cada prato bem farta como os italianos gostam.
A ideia da casa é utilizar ingredientes nacionais para fazer receitas italianas como por exemplo o parmesão d’Alagoa que está em fase se teste para ser substituído pelo pecorino do Carbonara feito com creme de ovos e guanciale (R$54). Segundo Mássimo Battaglini, ingredientes de produtores locais valem mais do que industrializados importados, com razão.
Iniciamos o jantar com uma bela seleção de queijos mineiros de leite cru, acompanhados de favo de mel e pêra (R$59).
Típico de bares venezianos, a “mozzarella in carrozza” é um sanduiche frito de mussarela de búfala recheado com aliche (R$25) e vem em porção de três unidades assim como o “arancini siciliano”, o bolinho de risoto, sendo esse feito com açafrão, ragú e ervilha (R$22).
Fiquei intrigada com o número ímpar dessa entrada e a explicação foi que em Veneza se tem o costume de servir petiscos de três em três – e são três grandes unidades.
O Wagyu, carne do mais nobre boi do mundo, está presente em forma de carpaccio (R$34) e ragu na deliciosa polenta mole com cogumelo portobelo (R$38). Interessante é que o carpaccio vem com ingredientes a parte para serem usados à gosto (caviar de mostarda, alcaparras, grana padano) sendo previamente temperado somente com uma leve pimenta do reino e broto de rúcula.
O molho de tomate é fresquíssimo, com uma agradável acidez e casou muito bem com o tortelli recheado com burrata (R$48).
A lasanha à bolonhesa (R$52) segue a receita original, sem acréscimo de presunto ou qualquer outro intruso.
O tagliolini é de massa fresca, servido com lagostim ao limão siciliano (R$75).
Em posta alta, o bacalhau se desfaz em grandes lascas com polenta, azeitona preta, pimentão amarelo, tomate e ovo com gema mole (R$83).
Muito suculenta a costeleta de porco, feita à milanesa com risoto de açafrão (R$63).
Os camarões são VG, flambados com cogumelos na manteiga de alho e salsinha (R$92), prato mais caro do menu.
Para adoçar estão disponíveis quatro doces tipicamente italianos, claro, na faixa dos R$20. Destaque para a cassarola italiana, ótimo pudim de grana padano com calda de goiaba.
O tiramissú é bem leve
e a panna cotta vem com calda de laranja kinkan e tuille cítrica.
O mais doce é o salame de chocolate com biscoito e creme inglês, bem parecido com a nossa palha italiana.
O vinho da casa é brasileiro, servido em jarra e copos de cerâmica para continuar no clima veneziano, segundo Mássimo Battaglini. O escolhido foi o produtor gaúcho Larentis, do Vale dos Vinhedos com o Bag in Box Vigna D´Oro na cepa Merlot (R$49). Em uma semana de abertura a casa já funciona com lotação máxima todos os dias.
Muito obrigada pelo convite!
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Eva Cucina Originale na minha coluna de gastronomia do Jornal da Cidade.
http://degustatividade.com.br//wp-content/uploads/2015/07/163_Eva-Cucina-Originale.pdf
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Eva Cucina Originale
Av. Luiz Paulo Franco, 301, Belvedere, Belo Horizonte, MG, Brasil
evacucina.com.br