Queijos de técnicas francesas produzidos em Minas Gerais? Temos! O queijólatra Eduardo Girão fez um apanhado deles para montar uma degustação especial na Mon Caviste e claro que a harmonização foi com rótulos da França.
O Boursin é um queijo cremoso comumente servido em bolinhas temperadas com ervas finas, feito com leite de cabra. Na versão da Fazenda da Ovelha, logo ali em Itabirito, o tempero utilizado é o zaatar e o leite de ovelha deixou o queijo com um sabor mais suave.
No meu paladar foi o melhor queijo da noite servido com o melhor vinho da noite: Domaine Pithon-Paill Savennieres Clos Pirou 2013 (R$189), um Chenin Blanc 100% com produção absolutamente natural, sem conservantes ou qualquer tipo do processo químico. Um vinho natural vai além do orgânico já que além dos vinhedos serem cultivados sem pesticidas, fungicidas ou qualquer outro agrotóxico, não há adição de leveduras ou aromatizantes artificiais, ou seja, ele se processa naturalmente sem interferência humana e preserva as características naturais da uva. São mais escuros e espessos pois não são filtrados.
Também degustamos o Roquefort da Fazenda da Ovelha maturado por 90 dias, mais um preparo clássico de queijo azul das terras francesas. Casou com um vinho orgânico da Alsace, Pierre Henri Ginglinger 2016 daquela uva difícil de ser pronunciada: gewürztraminer, uma das uvas brancas mais aromáticas.
Mas em se tratando de aromas, o Château La Rose Sarron Graves (R$89) foi imbatível e ao chegar o nariz na taça me lembrei de domingo na Fazenda Alegria e logo pedi o rótulo para confirmar.
A harmonização foi pensada para confrontar a presente acidez desse vinho com a gordura do queijo Camembert de cabra D´Chevre de Ouro Branco, feito a partir de caprino criado de maneira sustentável e alimentado com capim gordura.
Feito também de leite de cabra, o Névoa das Vertentes é envolvido por uma fina camada de mofo branco e carvão vegetal, com a função de proteger o queijo contra microrganismos indesejáveis além de deixar um belo aspecto a meu ver.
Sua elegância de sabor e textura harmonizou bem com o espumante Louis de Grenelle Saumur Ivoire Brut, da prestigiada região do Vale do Loire , com as castas Chenin Blanc e Chardonnay, que oferecem ótima acidez ao vinho.
O Queijo do Bello marcou presença com seus cheiros polêmicos e técnicas francesas de casca lavada. Foi acompanhado de mais um exemplar de vinho branco, o Roquebrun Col de la Serre Saint-Chinian 2015 da região de Languedoc.
A cada aula de queijos do Girão, um enxame de conhecimento e descobertas! Sou fã!
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Mais degustações harmonizadas de queijos com Eduardo Girão:
http://degustatividade.com.br/?s=%22Eduardo+Gir%C3%A3o%22
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