Conhecer melhor sobre azeites pode ser um hobby prazeroso e muito proveitoso. Assim como no mundo do vinho, o azeite também tem terroir, diferentes tipos de azeitonas cultivadas em solos diversos, aromas e sabores característicos. Descobrir seus segredos através de degustações além de interessante faz bem à saúde.

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O azeite de oliva extra virgem previne o envelhecimento precoce, combate os radicais livres e reduz os níveis de colesterol ruim, pois contém antioxidantes e nutrientes anti-inflamatórios além ser rico em vitamina C. É considerado extra virgem aquele azeite que apresenta acidez menor do que 0,8%. Na hora de escolher um bom azeite é importante também verificar a data de fabricação e optar por aquele produzido há menos de seis meses. Nesse quesito o azeite se difere dos grandes vinhos e não tem potencial de guarda, ou seja, deve ser consumido o quanto antes. O processo de extração a frio também é um indicador de qualidade já que não há aquecimento das azeitonas e dessa forma preserva-se os nutrientes, aromas e sabores. Muitos produtores europeus informam no rótulo quando o azeite é extraído a frio. É aconselhável verificar se o produto foi produzido e engarrafado na origem e dar preferência às garrafas de vidro escuro, de cerâmica ou aço inoxidável, já que protegem da exposição à luz.

Quanto à variedade de azeitonas, a picual é das mais consumida no mundo e representa metade da produção do maior país produtor: a Espanha. Outra variedade espanhola bem comum é a arbequina. A Grécia é o país que tem o maior consumo per capita com cerca de nove tipos de azeitonas sendo que a Koroneiki é a mais famosa. Já na Itália há mais de 400 tipos. Os azeites portugueses são bastante difundidos no Brasil apesar de ser um país com baixa produção. Agora te convido a experimentar um azeite brasileiro! Sim, temos produção de azeites nacionais há pouco mais de dez anos e em 2008 foi realizada a nossa primeira extração de azeite de oliva: em Maria da Fé, terras mineiras. A produção se concentra na Serra da Mantiqueira e no Rio Grande do Sul. O azeite nacional tem a grande vantagem de ser muito mais jovem do que o importado, que na maioria das vezes chega para nós após um ano de sua fabricação. Os azeites perdem características de aroma e sabor com o tempo, por isso é mais interessante consumi-los o quanto antes.

Em uma degustação promovida pela azeitóloga Ana Paula Beloto percebi o quão diferente um azeite pode ser apresentar. Fizemos uma análise sensorial às cegas de dois azeites premiados: o espanhol Finca La Torre da picante variedade arbequina e o IL Genio, azeite toscano da Vinci composto por um blend de seis variedades italianas. Provamos também outro espanhol, o Tierra Laguna, da potente variedade picual e o brasileiro Rua do Alecrim, produzido em Caçapava do Sul (RS), que também leva picual em sua composição além da variedade coratina. Entre um azeite e outro é aconselhável comer pedaços de maça verde para limpar o paladar. Mas o que mais gostei foi de provar os azeites com frutas. Manga madura, abacaxi e uva Itália são perfeitas com azeite.

A Ana indica o site ruadoalecrim.com.br para comprar e pesquisar um bom azeite. Em BH é possível encontrar azeites mineiros em empórios espalhados pela cidade como o Roça Capital no Mercado Central, De Lá na Savassi e o Néctar do Cerrado Mercado Distrital do Cruzeiro, por exemplo. Para se aventurar nesse mundo fiquem de olho nas redes sociais da Ana Beloto (@vidaazeitada), que está sempre promovendo cursos, degustações e trazendo novidades azeitadas. Ela é especialista em azeites pela IFAPA a convite do governo da Espanha, país membro do Comitê Oleícola Internacional e está cheia de projetos para esse ano. Azeite-se!

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Ana Beloto na minha coluna de gastronomia do Jornal da Cidade BH:

http://degustatividade.com.br//wp-content/uploads/2015/07/110a_ColunaGastronomia_Azeite-se.pdf